Jamil Chade

Jamil Chade

Siga nas redes
Só para assinantesAssine UOL
Reportagem

Rússia diz que ultimato da UE é 'inaceitável'; Trump pode ir à reunião

O governo de Vladimir Putin rejeitou o ultimato dado pelos europeus para que o Kremlin suspenda os ataques contra a Ucrânia até meia noite desta segunda-feira. Numa declaração em Moscou, o porta-voz do governo, Dmitry Peskov, qualificou a pressão da UE como "inaceitável" e insiste que está concentrado em um encontro ainda nesta semana com os ucranianos.

"A linguagem dos ultimatos é inaceitável para a Rússia, não é apropriada", disse. "Não se pode falar com a Rússia nesse tipo de linguagem", insistiu. Segundo ele, o governo de Putin está 'concentrado em uma busca séria por maneiras de se chegar a um acordo pacífico de longo prazo'. O Kremlin não explicou se Putin estará na reunião com o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, sugerida para quinta-feira.

Nesta segunda-feira, a Alemanha alertou que o "relógio está correndo" para que a Rússia concorde com um cessar-fogo incondicional de 30 dias na Ucrânia.

O porta-voz do governo Stefan Kornelius indicou que, se isso não ocorrer, os europeus irão ampliar ainda mais as sanções contra Moscou.

O que ocorreu

No sábado, durante uma visita dos líderes da Grã-Bretanha, França, Alemanha e Polônia à capital ucraniana, um apelo foi feito para que um cessar-fogo fosse estabelecido a partir desta segunda-feira, e por um mês.

Como resposta, Putin sugeriu outro caminho: um encontro no dia 15 de maio para iniciar negociações, mas sem uma pré-condição de um cessar-fogo.

Os europeus decidiram estabelecer um ultimato. Se o Kremlin não aceitar o cessar-fogo, novas sanções serão estabelecidas. Inicialmente, o presidente francês, Emmanuel Macron, rejeitou o posicionamento de Putin. Segundo ele, nenhuma conversa seria possível até que o presidente russo concordasse com o cessar-fogo.

"O presidente Zelensky se comprometeu sem estabelecer nenhuma condição. Agora esperamos uma resposta igualmente clara da Rússia. Não pode haver negociações enquanto as armas estiverem falando. Não pode haver diálogo se, ao mesmo tempo, os civis estiverem sendo bombardeados", afirmou o francês, nas redes sociais.

Continua após a publicidade

De sua parte, o governo da Ucrânia sinalizou que estava disposta a iniciar o diálogo. Mas colocou uma condição: Moscou deve assinar um cessar-fogo incondicional primeiro.

Volodymyr Zelensky afirmou nas redes sociais: "Não há sentido em continuar a matança nem mesmo por um único dia. Esperamos que a Rússia confirme um cessar-fogo - completo, duradouro e confiável - a partir de amanhã, 12 de maio, e a Ucrânia está pronta para se reunir", disse o presidente da Ucrânia.

Mas uma pressão por parte dos americanos mudou o jogo. Nas redes sociais, Donald Trump fez um apelo: "façam a reunião agora".

Instantes depois, Zelensky disse que estava disposto a ir ao encontro na quinta-feira, com os russos.

Trump pode ir para reunião e não confirma sanções contra Putin

Trump, nesta segunda-feira, alertou que o encontro na quinta será "muito importante". "Coisas importantes podem sair daquela reunião", disse. "Não subestimem quinta-feira, na Turquia", insistiu.

Continua após a publicidade

O presidente americano não descarta ir até a Turquia, para o encontro. "Há uma possibilidade", disse. "Se eu achar que vai ajudar, irei", disse.

Trump se recusou a dizer se irá ampliar retaliações contra Moscou, caso não haja um acordo. "Tenho um sentimento que haverá um acordo", insistiu.

Novo papa fala com Zelensky

Enquanto isso, Zelensky manteve uma conversa com o papa Leão 14. Nas redes sociais, o ucraniano descreveu a conversa como "muito calorosa e verdadeiramente substantiva". Segundo ele, os dois líderes falaram sobre o destino de milhares de crianças ucranianas sequestradas pela Rússia, pedindo a "assistência do Vaticano para trazê-las de volta para suas famílias".

"A Ucrânia quer acabar com essa guerra e está fazendo de tudo para conseguir isso. Agora estamos aguardando passos semelhantes da Rússia", diz ele. Ele ainda contou que convidou o papa a fazer uma visita à Ucrânia, dizendo que "essa visita traria esperança real a todos os crentes e a todo o nosso povo".

Reportagem

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

Deixe seu comentário

O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.