Em conversa em português, governo Lula convida papa para COP30

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O embaixador do Brasil no Vaticano, Everton Vieira Vargas, convidou hoje o papa Leão 14 para ir ao país, especialmente para a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, em Belém. A COP30 acontece em novembro deste ano.
O encontro ocorreu durante a reunião promovida pela Santa Sé entre o novo papa e o corpo diplomático de todo o mundo, no Vaticano. Após um discurso do pontífice, cada embaixador teve a oportunidade de falar com o papa por alguns instantes.
Vargas transmitiu uma mensagem do presidente Lula e afirmou que o Brasil quer receber o papa em breve no país. Leão 14 teria respondido em um português claro que tomou nota do convite.
A escolha do cardeal Robert Prevost para assumir o trono de são Pedro foi comemorada pelo governo Lula como um sinal de que posições de Francisco sobre questões sociais e ambientais poderão ser mantidas. Nos bastidores, o Palácio do Planalto foi imediatamente informado sobre o perfil do novo pontífice. Um experiente embaixador chegou a classificar o novo chefe da Igreja como "o primeiro papa amazônico".
A escolha ocorre num momento crítico para a COP30, com o governo de Donald Trump atacando a agenda climática e atuando nos bastidores para esvaziar o evento sediado pelo Brasil.
Apesar de ser nascido e crescido em Chicago, sua carreira tem uma dimensão fortemente marcada por sua presença no Peru e, em especial, no contato com populações amazônicas.
Prevost, ainda como bispo no interior da América do Sul, participou da organização e da proposta de o Vaticano organizar um sínodo da Amazônia.
Ainda em 2018, os religiosos peruanos viajaram até a Europa para articular a organização do encontro, que acabou ocorrendo em 2019. Polêmico, o evento marcou um divisor de águas dentro da Santa Sé sobre a região. Na época, o governo de Jair Bolsonaro criticou o evento e chegou a acionar a Abin (Agência Brasileira de Inteligência) para monitorar a reunião.
Sua atuação ambiental continuou desde então, mesmo atuando já na Santa Sé. Em 2024, num seminário, ele fez um apelo para o mundo passar "das palavras à ação" na questão climática.
Ele ainda defendeu que a humanidade tenha uma "relação de reciprocidade" com o meio ambiente do mundo e que não deveria ser "tirânica".
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