Jamil Chade

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Reportagem

Trump anuncia taxa de 50% contra UE, ameaça iPhone e acirra tensão global

O presidente Donald Trump anunciou a imposição de tarifas de 50% contra os produtos europeus, alegando que as negociações entre os EUA e a UE não chegaram a um resultado. A medida foi recebida pelo mercado como um golpe às esperanças de que a guerra comercial de Trump estaria superada. Nesta sexta-feira, ele ainda ameaçou taxar o iPhone que for produzido no exterior em 25%, na esperança de que sua fabricação ocorra em território americano.

Nas redes sociais, ele afirmou que "tem sido muito difícil lidar com a União Europeia, que foi formada com o objetivo principal de tirar vantagem dos Estados Unidos no comércio".

"Suas poderosas barreiras comerciais, impostos sobre o IVA, penalidades corporativas ridículas, barreiras comerciais não monetárias, manipulações monetárias, ações judiciais injustas e injustificadas contra empresas americanas e muito mais levaram a um déficit comercial dos EUA de mais de US$ 250 bilhões por ano, um número totalmente inaceitável", afirmou.

"Nossas discussões com eles não levam a lugar algum! Portanto, estou recomendando uma tarifa direta de 50% para a União Europeia, a partir de 1º de junho de 2025", anunciou.

"Não há tarifa se o produto for construído ou fabricado nos Estados Unidos. Obrigado por sua atenção a esse assunto!", completou.

Em 2 de abril, Trump anunciou tarifas contra mais de 180 países. Mas deixou claro que estava disposto a negociar. Caso essas economias abrissem seus mercados para bens americanos, as taxas poderiam cair para os produtos estrangeiros. Alguns governos, entre eles os de Brasil, Reino Unido, Índia e China, passaram a negociar com a Casa Branca.

A UE também iniciou uma conversa. Mas não houve um acordo, por enquanto, sobre o acesso ao mercado europeu para produtos americanos.

O que surpreende analistas e diplomatas é que a alta de tarifas ocorre ainda durante o período de "armistício" declarado por Trump. Logo após iniciar seu tarifaço, em abril, ele suspender a aplicação das taxas e deu 90 dias para que governos negociassem uma saída.

Nesta sexta-feira, a Comissão Europeia se manteve em silêncio e disse que esperaria até uma chamada telefônica entre o chefe de comércio da UE, Maros Sefcovic, e seu homólogo americano, Jamieson Greer, na tarde de hoje.

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Nos mercados financeiros, o impacto foi imediato. O DAX da Alemanha caiu 1,9%, o FTSE MIB da Itália perdeu 2% e o Stoxx 600 Banks Index caiu 1,7%.

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