ONU denuncia violações contra imigrantes nos EUA
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Num gesto raro, a ONU acusou o governo de Donald Trump de violações de direitos humanos diante da prisão e deportação de imigrantes. A entidade também fez um apelo para que protestos nos EUA possam ocorrer, sem a intervenção da polícia.
Desde a posse de Trump, a cúpula da ONU adotou uma postura de cautela nas críticas contra as políticas da Casa Branca, temendo que um choque pudesse acelerar o colapso da organização que já vive dias críticos e não conta com recursos.
Mas a escalada de violações levou a entidade a adotar uma nova atitude, inclusive ao ser cobrada por dezenas de outros governos a reagir.
Nesta segunda-feira, o alto comissário da ONU para Direitos Humanos, Volker Truk, usou seu discurso sobre a situação global para alertar sobre as políticas adotadas por Trump.
"Nos Estados Unidos, a prisão e a deportação de um grande número de estrangeiros, inclusive para países terceiros, levantam sérias preocupações sobre o respeito a seus direitos", alertou o comissário, maior autoridade da ONU em Direitos Humanos.
Nas últimas semanas, o governo Trump estabeleceu a meta de prender 3 mil pessoas por dia. Durante a campanha eleitoral, sua indicação era de que a ofensiva seria dirigida contra criminosos estrangeiros. Mas a realidade é que comunidades inteiras passaram a viver a angústia de prisões e deportações.
Outro alerta da ONU se refere ao uso de tropas para conter manifestações. "Enquanto as pessoas protestam contra esses acontecimentos, exorto as autoridades a respeitarem o direito de reunião pacífica e a defenderem os direitos humanos na aplicação da lei, inclusive abstendo-se de recorrer à força militar quando as autoridades civis forem capazes de manter a ordem pública", pediu Turk.
Na semana passada, o governo americano havia determinado o uso da Guarda Nacional para qualquer ato que pudesse criar um obstáculo para as operações de deportação. A situação na Califórnia ampliou a tensão no país e, no último fim de semana, milhões de americanos saíram para protestar.
A ONU ainda criticou a decisão dos Estados Unidos e da Argentina de adotar políticas contra a comunidade transgênero e minorias. "Funcionários do governo fizeram declarações difamando pessoas transgêneras e não binárias e restringindo seus direitos", acusou Turk.
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