Jamil Chade

Jamil Chade

Siga nas redes
Só para assinantesAssine UOL
Reportagem

Parceria amplia acesso de refugiados ao mercado de trabalho no Brasil

Um acordo fechado às vésperas do Dia Mundial do Refugiado, celebrado neste 20 de junho, busca ampliar os esforços para permitir que esses estrangeiros possam ser auxiliados na busca por empregos no Brasil.

A Vagas.com, uma das maiores plataformas de carreira do país, e o ACNUR (Alto Comissariado Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados) anunciam uma parceira para que criar uma ponte direta entre empresas e os refugiados.

A colaboração, que desde 2022 já capacitou mais de 300 pessoas em workshops de empregabilidade, agora é ampliada.

Na visão da empresa, o Brasil, que já reconheceu mais de 145 mil pessoas como refugiadas de 150 nacionalidades, reflete um desafio global: a necessidade de criar caminhos para a autossuficiência e integração.

"Ciente de que o emprego é o principal pilar para o recomeço de uma pessoa ou família em um novo país, a Vagas.com, em colaboração com o ACNUR e ONGs parceiras como Ven, Tú Puedes, Círculos de Hospitalidade e Cáritas, tem focado seus esforços em preparar esses profissionais para os desafios do mercado local", afirma a empresa de tecnologia criada em 1999 e focada no processo recrutamento e seleção no Brasil.

Desde o início da parceria, foram realizados 11 workshops práticos, focados na construção de um currículo competitivo no formato brasileiro e na preparação para processos seletivos. Esses encontros já impactaram diretamente profissionais de países como Venezuela, Cuba, Afeganistão, Síria e Angola, que enfrentam barreiras como o idioma e a complexa e cara revalidação de diplomas.

Segundo a a empresa, uma das iniciativas mais importantes dessa colaboração é a criação de um campo de autodeclaração para pessoas refugiadas na plataforma Vagas.com. "A nova funcionalidade permite que empresas comprometidas com a diversidade filtrem ativamente currículos de profissionais refugiados, transformando a intenção de incluir em uma política de contratação efetiva e mensurável", explicou.

Em 2024, a empresa registrou 113 cadastrados na plataforma, em junho deste ano, já são 306, um salto de 170%.

"Acreditamos que a tecnologia deve servir como uma ponte para a inclusão. O campo de autodeclaração não é apenas um detalhe técnico; é uma porta que se abre. Em conjunto com os workshops realizados com o ACNUR e nossos parceiros, estamos criando um ecossistema completo: preparamos o talento e, ao mesmo tempo, entregamos às empresas a ferramenta para encontrá-lo", afirma Ariane Santana, especialista em DEI da Vagas.com.

Continua após a publicidade

"Nosso objetivo é ir além das estatísticas e ajudar a reescrever histórias de vida com a dignidade que só o trabalho pode oferecer", disse.

Segundo declarações do ACNUR, a colaboração com o setor privado é essencial para garantir que pessoas refugiadas possam reconstruir suas vidas.

"A iniciativa busca não apenas apoiar a comunidade de refugiados, mas também sensibilizar o setor corporativo brasileiro sobre o imenso potencial profissional e humano que esses talentos representam para um mercado de trabalho mais diverso e inovador", completou.

Reportagem

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

Deixe seu comentário

O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.