Joildo Santos

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Opinião

O transporte por motos é um debate necessário para São Paulo

A mobilidade urbana em São Paulo sempre foi um desafio. O crescimento acelerado da cidade e a demanda por transportes rápidos e acessíveis fazem com que novas soluções surjam antes mesmo de serem regulamentadas. Uma delas é o transporte de passageiros por motocicleta, o famoso mototáxi, que já faz parte da rotina de muitas cidades do interior, outras capitais do Brasil e do mundo.

Nas periferias, onde o transporte público é escasso e os deslocamentos curtos são frequentes, o mototáxi se tornou uma solução prática e acessível. Não é novidade. Sempre existiu como uma alternativa espontânea para quem precisa se mover rápido e sem gastar muito.

Com a chegada das empresas de aplicativo, o setor ganhou ainda mais visibilidade. Plataformas que já dominam o transporte por carro e as entregas agora apostam no transporte de passageiros sobre duas rodas. Mas a questão vai além da conveniência: como garantir que essa modalidade funcione com segurança para condutores e passageiros?

A Prefeitura de São Paulo tem receios sobre a regulamentação, principalmente pela alta exposição das motocicletas a acidentes em um trânsito intenso como o da capital. Há também desafios na fiscalização, no uso obrigatório de equipamentos de proteção e na capacitação dos condutores.

Mas a realidade é uma só: a falta de regulamentação não impede a existência do serviço. Pelo contrário, a informalidade pode torná-lo ainda mais perigoso, sem regras claras sobre segurança, controle dos veículos ou proteção para os passageiros. Uma legislação específica poderia mudar esse cenário, trazendo mais organização e segurança para todos.

O desafio está em equilibrar a necessidade e a segurança. Nem a liberação irrestrita, que poderia aumentar os riscos, nem a proibição total, que simplesmente ignoraria uma realidade consolidada. O caminho viável é um modelo de regulamentação que contemple capacitação dos motociclistas, exigência de equipamentos de segurança e um sistema eficiente de monitoramento.

O debate sobre o transporte de passageiros por motocicleta já está posto. Agora, é hora de conduzi-lo de forma responsável. São Paulo tem a oportunidade de criar um modelo que atenda às necessidades da população sem abrir mão da segurança e da organização urbana. A mobilidade precisa avançar - e a cidade também.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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