Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Rodrigo Pacheco erra na largada. Bom para Moro
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Na metáfora do futebol, Rodrigo Pacheco "se machucou no aquecimento", no atletismo, ele queimou a largada, mas não está eliminado.
Ao defender, inclusive junto ao STF, que não se revelem os nomes responsáveis pelas emendas no denominado Orçamento Secreto, ele se mistura ao Centrão e promove um corporativismo que a sociedade rejeita e já repeliu em 2018. Parece que ele não entendeu o movimento que conduziu à eleição de Bolsonaro. E que está colaborando para Bolsonaro perder eleitores agora: o cambalacho com o Centrão, que macula o Congresso.
Rodrigo Pacheco tem, a favor de si, uma postura amena, não bélica, serena. É nisso que apostou Kassab, ao trazê-lo como candidato.
Kassab acha que o Brasil, depois de tantos conflitos, sobretudo criados por Bolsonaro, precisa de alguém que suscite a moderação e a busca por pactos e acordos que tragam confiança, estabilidade política e previsibilidade para a sociedade. Até a página 3, tem razão.
Todavia, o Brasil também precisa de alguém assertivo, que resolva os problemas, alguns seculares, como a desigualdade, o que demanda ser incisivo, saber que não pode agradar a todos concomitantemente, e que precisa ir DE encontro aos sistemas estabelecidos, que impedem o crescimento e a distribuição mais justa de renda. Entre eles, esse tipo de "acordão" no Congresso, onde os interesses de parlamentares se sobrepõem aos do país e às normas vigentes.
Orçamento é sinônimo de transparência, pois indica onde o governo captou dinheiro e o que fez com ele. Não podem existir emendas secretas, disfarçadas sob o manto de RP-9, emenda do relator. Um tipo de aquisição de apoios parlamentares, a que a sociedade tem aversão.
Rodrigo Pacheco está tão vinculado a tal sistema, embora envolto nas brumas do Congresso, ele é tão agente dessa forma de governar, que menoscaba a opinião pública e segue adiante, insensível e intragável tanto quanto outros privilégios, como de setores do Judiciário.
Rodrigo Pacheco tem contra si o perfil de Rolando Lero. Fala, fala e não sai do lugar.
Tem um discurso prenhe de platitudes e obviedades, que se misturam em palavrório, conduzindo ao desinteresse e à sensação de enrolação. Já teria que mudar isso para ser um candidato com propostas assertivas, a empolgar o eleitorado.
Agora, ao incluir no somatório de atitudes que o distingue essa concordância com a ocultação dos nomes dos parlamentares, em orçamentos anteriores, desce a ladeira e colabora sobremaneira com a ascensão de Sérgio Moro.
Rodrigo Pacheco cometeu um erro grave e não foi por descuido. Foi porque faz parte desse arranjo congressual, que já foi chamado de Partido do Congresso, hoje é Centrão, onde um grupo de parlamentares sem ideologia vão efetuando o que é melhor para eles, desprezando a sociedade.
Se Rodrigo não consegue perceber por que a máscara do Centrão está tão grudada à sua cara, como no poema de Álvaro de Campos (Fernando Pessoa), Tabacaria, Kassab, que é atilado, deveria.
Senão, ao tirar a máscara e se olhar no espelho, Rodrigo Pacheco já terá envelhecido. E vai dormir no vestiário (do Congresso), como um cão tolerado pela gerência.
E candidatura vai virar um "balde despejado".
E terá criado Moro como terceira via.
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