Surto ético de Bolsonaro durou apenas um dia
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Ao responder com a demissão o que chamou de "imoralidade" de Vicente Santini, o número dois da Casa Civil, Jair Bolsonaro exibiu uma insuspeitada compostura e um inesperado respeito ao contribuinte. Ou seja: estava completamente fora de si.
Ao autorizar a recontratação em outro posto do personagem que usou verba pública como se fosse dinheiro grátis ao voar com as asas da FAB, Bolsonaro caiu em si.
Um presidente que convive com um filho sob investigação, meia dúzia de ministros e auxiliares encrencados com a lei e um líder que é cliente de caderneta da Lava Jato enxerga a virtude como um trissílabo tão banal quanto balela.
Recomenda-se a quem esperava que Bolsonaro inaugurasse um ciclo de bons exemplos que puxe uma cadeira. Ou um ronco. Durou apenas um dia o surto ético do capitão. Tudo voltou rapidamente à mais perfeita anormalidade em Brasília
- Atualização feita às 10h15 desta quinta-feira (30/01): Em novo lance do vaivém, Bolsonaro anotou no Twitter que demitirá novamente o assessor cuja recontratação autorizara na véspera. De quebra, o presidente tomou um par de decisões para murchar a Casa Civil, pasta do já esvaziado ministro Onyx Lorenzoni.
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