Câmara oscila entre o reformismo e o pilantrismo

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Até onde vai a disposição reformista da Câmara? Nessa matéria, é muito difícil falar sobre hipóteses, embora não se possa excluir hipótese alguma. No momento, os deputados oscilam entre o reformismo e o pilantrismo.
Antes de fechar o cronograma da reforma tributária, desejam reformar, nesta quarta-feira, a decisão do Supremo Tribunal Federal que afastou do exercício do mandato o deputado paraibano Wilson Santiago, do PTB, denunciado por corrupção.
A estratégia foi esboçada numa reunião de líderes partidários na casa oficial de Rodrigo Maia, presidente da Câmara. Os deputados cultivam a ilusão de que podem limpar a barra do colega sem emporcalhar a própria imagem.
Para manter Santiago longe do mandato, pelo menos 257 dos 513 deputados terão de aprovar a decisão do Supremo. Assim, o descalabro pode ser alcançado obtendo-se votos contra a suspensão (com o desgaste da exposição), pela abstenção e, sobretudo, pela ausência em plenário.
O surto pilântrico é multipartidário. Revelam-se dispostos a devolver o mandato a Santiago deputados do centrão até o PT e sua vizinhança esquerdista. Deve-se torcer para que a banda pilântrica da Câmara desista de prevalecer por WO.
Depois de jactar-se de ter elevado a própria estatura no debate e na aprovação da reforma da Previdência, os deputados se submetem gradativamente a um processo de autoencolhimento.
Mantida a propensão para recorrer à covardia da invisibilidade, ficará demonstrado que, em política, nada se cria, nada se reforma. Tudo se corrompe. Transfigurou-se até o mecanismo de autoproteção. O velho espírito de corpo vai dando lugar a um espírito de porco.
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