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Josias de Souza

Heleno "grampeado" por live de Bolsonaro é uma típica Operação Tabajara

 Agência Brasil ?
Imagem: Agência Brasil ?

Colunista do UOL

19/02/2020 16h31

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O general Augusto Heleno tornou-se protagonista de uma rara proeza. Chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência, responsável pelo serviço de inteligência e espionagem do governo, o ministro foi grampeado por uma live que transmitia uma cerimônia oficial pelas redes sociais do presidente. Trata-se de algo muito parecido com uma Operação Tabajara.

Gravado no contrapé, o general Heleno soou acusando o Congresso de chantagista e insinuando com um palavrão que Jair Bolsonaro deveria resistir e mandar os parlamentares praticarem a autofornicação. A revolta do general foi atravessada na negociação entre Executivo e Legislativo para decidir quem manda no Orçamento da União para 2020.

Desprezados por Bolsonaro, deputados e senadores avançaram sobre orçamento. Querem gerir, por meio de emendas impositivas, R$ 30 bilhões de um total de investimentos que roça os R$ 80 bilhões. O Planalto tenta negociar, por meio do general Luiz Eduardo Ramos, seu coordenador político, um valor mais baixo. Algo como R$ 20 bilhões.

A resolução da encrenca foi adiada para depois do Carnaval. No momento, Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre, os presidentes da Câmara e do Senado, cuidam de atirar de volta, respondendo aos disparos de Augusto Heleno, que voltou à carga nesta quarta-feira. "Se desejam o parlamentarismo, mudem a Constituição", escreveu no Twitter. Armou-se uma nova crise.