Bolsonaro veste carapuça do enredo da Mangueira
Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail
Jair Bolsonaro criticou a Estação Primeira de Mangueira. A escola carioca retratou na avenida um Jesus contemporâneo, com "rosto negro, sangue índio e corpo de mulher". Batizou o samba-enredo assim: "A Verdade Vos Fará Livre". Uma alusão ao versículo multiuso que o presidente extraiu do Evangelho de João: "Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará."
Na verdade recriada pela Mangueira, o cristianismo de resultados do capitão —de língua em riste, fazendo arminha com as mãos— não orna com a figura de Cristo. O contrassenso de Jair Messias Bolsonaro foi realçado num dos melhores trechos do samba. Nele, os versos viraram carapuça: "Favela, pega a visão, não tem futuro sem partilha, nem Messias de arma na mão".
Ao vestir o samba, Bolsonaro declarou que a Mangueira passou pela avenida "desacatando as religiões". E a Folha noticiou o fato "para me atingir". Engano. A escola enalteceu a religiosidade. Fez isso para estimular a reflexão dos que ainda não notaram que certos políticos falam de Deus com tal convicção que é como se desejassem provar que Ele não existe.
Está escrito no livro de Gênesis que o homem foi criado à imagem e semelhança de Deus. Assim, a Mangueira não fez senão realçar um ensinamento bíblico. Um Jesus à imagem de uma mulher, de um gay, de um índio, de um sem-teto faz mais sentido do que um Messias que defende a proliferação de armas, homenageia miliciano e chama jornalista de homossexual como se condição sexual fosse palavrão.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.