Heleno veste carapuça de chantagista nos Bolsonaro
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Tomada pelo comportamento, a família Bolsonaro revela que o civismo pode ser um outro nome para cinismo. Sempre enrolados na bandeira nacional, os membros do clã são a favor de tudo e contra qualquer outra coisa.
Em 2015, ainda na pele de deputado federal, Jair Bolsonaro ajudou a infernizar a presidência inepta da Dilma Rousseff aprovando projeto que tornou obrigatório o pagamento de emendas enfiadas por parlamentares dentro do Orçamento da União.
Em 2019, Eduardo Bolsonaro votou a favor de uma proposta que estendeu o caráter impositivo às emendas orçamentárias de bancadas estaduais, do relator do Orçamento e das comissões. Juntas, somam R$ 46 bilhões anuais.
Patriota, o general-conselheiro Augusto Heleno insurgiu-se contra a tentativa do Congresso de levar o orçamento impositivo à jugular de Bolsonaro: "Nós não podemos aceitar esses caras chantagearem a gente o tempo todo. Foda-se!"
De passagem pelo Guarujá, no Carnaval, Bolsonaro ecoou o general: "Quem executa o Orçamento somos nós." Fez mais: endossou via WhatsApp vídeos que convocam o asfalto para uma manifestação de conteúdo anticongressual.
Num esforço para reaver parte da verba que o Congresso avocou para si (R$ 30 bilhões), o governo acabou compondo uma música bem brasileira —um samba do crioulo doido.
Autoconvertido em general de generalidades, Heleno vestiu a carapuça de chantagista na cabeça do filho do chefe, que imitara o pai-presidente. No limite, Heleno faz Bolsonaro passar por autochantagista.
Confundindo presidencialismo com chavismo, o capitão brasileiro inspira-se no coronel golpista da Venezuela, que encostou um mandato popular nas ruas e destroçou o sistema constitucional do país.
Numa conjuntura assim, em que bagunça passa atividade, a manifestação de 15 de março perderá a lógica se os organizadores não escalarem Bolsonaro e seu filho Zero Três para o papel de Pixulecos da vez.
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