Bolsonaro virou maior problema da gestão Bolsonaro

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Presidindo o Brasil há 14 meses sem oposição, Jair Bolsonaro alcançou uma façanha inédita: conseguiu consolidar-se como principal problema do governo. Repetindo: Bolsonaro virou o maior problema da gestão Bolsonaro. O capitão recebera delegação de quase 58 milhões de pessoas para resolver três grandes encrencas: retirar a economia do freezer, restaurar a moralidade e melhorar o serviço público.
Produziu tuítes, crises e um pibinho mixuruca de 1,1%. Coisa inferior aos fiascos de 2017 e 2018. Estabilizou a economia na mediocridade. Convive com a suspeição em casa e no ministério. Permitiu que se formassem filas de pobres no INSS e de miseráveis no Bolsa Família. Com boa vontade, pode-se dizer que Bolsonaro faz um razoável governo medíocre. Está separado do êxito pela expressão "por outro lado".
Bolsonaro interrompeu o presidencialismo de cooptação. Por outro lado, instituiu o presidencialismo de trincheira. Conseguiu brigar com seu partido, implodindo-o. Obteve do Congresso a reforma da Previdência. Por outro lado, conspira contra a agenda de reformas complementares. Um pedaço do ministério funciona. Por outro lado, outra ala da Esplanada oscila entre a insanidade e o Olavo de Carvalho, que muitos suspeitam ser a mesma coisa.
No início do segundo ano de governo, Bolsonaro continua sem oposição. Para suprir a ausência de opositores, conserva o hábito de criar suas próprias assombrações. Mas os espectros fictícios do presidente agora convivem com um fantasma real: o coronavírus. O mundo reduz suas previsões de crescimento econômico. O Brasil também. O ministro Paulo Guedes diz que a economia brasileira tem uma "dinâmica própria", e não será tão afetada. Tolice. Não há inimigo insignificante. Ainda que houvesse, ele se tornaria um portento quando associado a Bolsonaro, principal adversário de si mesmo.
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