Governador capixaba sobre encontro com Bolsonaro: "Não queremos bate-boca"
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Horas depois de fustigar os governadores em rede nacional de rádio e TV, Jair Bolsonaro promove na manhã desta quarta-feira uma vídeo-reunião com os comandantes dos Estados do Sudeste.
No final da noite passada, o blog perguntou ao governador de São Paulo, João Doria, se ele e seus colegas participariam do encontro depois de assistir aos ataques de Bolsonaro em rede nacional de TV. E Doria: "Estamos decidindo."
Submetido posteriormente à mesma indagação, o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, informou: "Sim, vamos participar, se o presidente mantiver a reunião."
Casagrande declarou que os governadores dispensarão ao presidente da República um tratamento compatível com o que receberem: "Seguiremos o tom dele." Realçou: "Não queremos bate-boca."
O governador capixaba insinuou, no entanto, que ninguém está disposto a levar desaforos para casa: "Todos nós já fizemos críticas públicas ao pronunciamento dele."
Na contramão do mundo, Bolsonaro contestou em rede nacional a necessidade de isolamento social. "Devemos voltar à normalidade", declarou. "Autoridades estaduais e municipais devem abandonar o conceito de terra arrasada, como proibição de transporte, fechamento de comércio e confinamento em massa."
Para Casagrande, Bolsonaro revelou-se "desconectado da realidade e da ação do Ministério da Saúde." Avalia que, com suas posições, o presidente "atrapalha o trabalho dos governadores e menospreza os efeitos da pandemia."
Wilson Witzel, governador do Rio, afirmou que as declarações de Bolsonaro "contrariam as determinações da Organização Mundial da Saúde." Acrescentou que o governo fluminense continuará seguindo "determinações médicas", para "preservar vidas". Renovou um pedido à população: "Por favor, fiquem em casa." (assista abaixo)
Ex-aliados de Bolsonaro, Witzel e Doria tornaram-se, aos olhos do presidente, "inimigos políticos". Ele acusou Wietzel de invadir competências da União ao editar medidas contra o coronavírus. É como se o Rio fosse outro país, disse.
Abespinhado com um decreto de Doria que instituiu quarentena de 15 dias em São Paulo, com o fechamento obrigatório de comércios, bares e restaurantes, Bolsonaro atacou: "É um lunático. Está fazendo política em cima deste caso."
Doria contra-atacou: "Jair Bolsonaro chama coronavírus de gripezinha e eu que sou lunático? Lidere seu país, presidente. Faça seu papel. Os governadores do Brasil estão fazendo o seu".
Pelas contas de Doria, Bolsonaro "não fala com os governadores há 15 meses" —ou seja, desde a posse. Nesta quarta, finalmente, "lunático" e "gripezinha" voltam a conversar. Graças ao coronavírus, o encontro será virtual.
- Atualização feita às 12h02 desta quarta-feira (25): A reunião de Bolsonaro com os governadores do Sudeste resultou em desastre. O ápice do encontro foi um embate entre o presidente e o governador paulista João Doria.
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