Generais viram figurantes de enredo com o centrão
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Os generais Braga Netto, chefe da Casa Civil; Luiz Eduardo Ramos, coordenador político da Presidência; e Augusto Heleno, chefe do Gabinete de Segurança Institucional, esforçaram-se para que Sergio Moro permanecesse no Ministério da Justiça. Pelo menos um dos generais tentou deter as investidas de Jair Bolsonaro na Polícia Federal. Agora, eles levam baldes de água fria a um inquérito que poderia incendiar o mandato do chefe. Executam uma coreografia constrangedora.
Quando aceitaram participar do governo de Bolsonaro, os generais pareciam encantados com a ideia de ensinar a um capitão rude como se comportar nos salões do Poder. Imaginaram que, dividindo a mesa com o presidente, conseguiriam convencê-lo a não comer mais com as mãos, passando a manusear adequadamente os talheres. Deu errado.
Além de não conseguir ensinar boas maneiras a Bolsonaro, os generais foram colocados para lavar a louça. É esse o papel que eles desempenham como depoentes no inquérito sobre a intervenção política na Polícia Federal.
Enquanto tentam aplicar detergente na conjuntura, os generais assistem a manifestações em que Bolsonaro encosta seu radicalismo nas Forças Armadas. Logo ele, um ex-militar que puxou cadeia por indisciplina e foi enviado à reserva do Exército sob suspeita de ter desenhado croquis de um atentado a bomba numa adutora, no Rio de Janeiro.
Deve doer nos generais do governo civil mais militar da história a ideia de desempenhar o papel de figurantes obscuros num enredo confuso, em que o protagonista é um capitão incendiário e cujo epílogo é um negócio fechado com os prontuários do centrão.
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