Caótica, gestão Bolsonaro segue a Lei de Murphy
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O que mais assusta na autocombustão do governo de Jair Bolsonaro não é a sensação de que o capitão virou um político igual aos demais. Isso os desapaixonados já sabiam. Ninguém permanece por 28 anos na Câmara impunemente. Espantosa mesmo é a rapidez com que Bolsonaro se tornou diferente da encenação que ele inaugurou na campanha de 2018.
O fenômeno se deve a uma manifestação virulenta da Lei de Murphy. Essa lei nasceu de uma experiência do major John Paul Stapp. Médico e biofísico, o doutor Stapp foi selecionado pela Força Aérea dos Estados Unidos como cobaia de testes para medir a resistência humana a grandes acelerações. Desafiou a velocidade pilotando um trenó com propulsão de foguete.
Em 1949, Stapp bateu o recorde de aceleração. Mas ele não pôde festejar o feito. Os acelerômetros do trenó-foguete simplesmente não funcionaram. Destacado para descobrir a falha, o capitão Edward Murphy Jr., descobriu que um técnico tinha ligado os circuitos do veículo ao contrário.
No relatório em que informa sobre o erro, o capitão Murphy anotou: "Se há mais de uma forma de fazer um trabalho e uma dessas formas redundará em desastre, então alguém fará o trabalho dessa forma". O major Stapp batizou de "Lei de Murphy" o diagnóstico do auxiliar.
Aplicada à gestão de Bolsonaro, a "Lei de Murphy" ajuda a entender a atmosfera de caos que engolfa o governo. O presidente não lida bem com os circuitos de sua gestão. Podendo tocar a Presidência de várias formas, Bolsonaro opta invariavelmente por ligar os fios do governo ao contrário. O resultado é uma sucessão de crises que colocam a atual administração no rumo do brejo.
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