Flávio faz Bolsonaro aderir ao isolamento social
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O ressurgimento de Fabrício Queiroz produziu algo inimaginável. Jair Bolsonaro tornou-se adepto da tática do isolamento social. Nas primeiras reações à prisão do velho amigo, o presidente deu a impressão de que deseja se isolar. Na live que transmitiu ao vivo pelas redes sociais na noite de quinta-feira, Bolsonaro isolou-se do próprio filho mais velho. Conseguiu a façanha de falar sobre o caso Queiroz sem defender Flávio Bolsonaro.
O silêncio de Bolsonaro diz muito sobre a precariedade da situação do filho. Flávio já recorreu uma dezena de vezes ao Judiciário para tentar trancar o inquérito que fareja suas contas e o seu patrimônio. Bolsonaro esqueceu o filho, mas rendeu uma solidariedade sanitária a Fabrício Queiroz, isolado em quarentena numa cela do sistema prisional do Rio de Janeiro. Disse que não é advogado do Queiroz, mas realçou que ele não estava foragido. Bolsonaro condenou a "prisão espetaculosa" do amigo, tratado como se fosse "o maior bandido da face da Terra."
Numa evidência de que os Bolsonaro não se equiparam adequadamente para o pior, Flávio se move como se desejasse romper o isolamento idealizado pelo pai. Com a imagem já bem rachadona, o senador trombeteia a tese segundo a qual seu infortúnio é resultado de "perseguição política" de gente interessada em desestabilizar a Presidência de Bolsonaro.
Com essa estratégia, o Zero Um encosta o seu drama penal no governo do pai, furando o isolamento ensaiado por Bolsonaro. Exposto ao contágio, o presidente logo terá de aderir à pregação de que tudo não passa de invenção de promotores ideológicos, mancomunados com a extrema-imprensa, em conexão com um juiz que não merece crédito porque tem uma filha empregada na assessoria do governo fluminense do inimigo Wilson Witzel. Não deixa de ser uma linha de defesa. O problema é que os fatos injetam nessa tática uma dose elevada de cinismo.
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