Vírus avança e capitão guerreia contra máscara
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Criticado no Brasil e no estrangeiro por negligenciar o combate à pandemia, Jair Bolsonaro foi à guerra. Combate não o vírus, mas o uso da máscara. Nesta terça-feira, o presidente celebrou uma vitória de Pirro.
Provocada pela Advocacia-Geral da União, a desembargadora Daniele Maranhão Costa, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, derrubou a liminar que o obrigava Bolsonaro a recobrir a face com uma máscara em locais públicos.
Eis o que anotou a magistrada em seu despacho:
"O Poder Judiciário não se presta à finalidade de incrementar a penalidade já existente por força da inobservância da norma, sob pena de usurpação de competência e fragilização da separação dos poderes, bastando que o Distrito Federal se valha de seu poder de polícia para fazer cumprir a exigência, ou sancionar o infrator com a imposição de multa, em caso de não observância."
Difícil entender a celebração de Bolsonaro. O que a desembargadora afirmou, com outras palavras, foi mais ou menos o seguinte: "Não é papel do Poder Judiciário ordenar a um presidente da República que cumpra um decreto que obriga o uso de máscara. Cada macaco no seu galho. Cabe ao governo do Distrito Federal, autor do decreto, exercer o seu poder de impor a Bolsonaro o respeito à norma. Se desrespeitar, que seja multado."
Quer dizer: assim como qualquer outro morador de Brasília, Bolsonaro é obrigado a usar a máscara. A multa, quando aplicada, é de R$ 2 mil.
O hipotético êxito de Bolsonaro lembra a vitória do rei Pirro, personagem que obteve um triunfo com gosto de derrota ao prevalecer sobre os romanos na célebre batalha de Ásculo. Pirro amargou tantas baixas em seu Exército que teria exclamado: Outra vitória como esta será a minha ruína!
No caso do negacionista Bolsonaro, o coronavírus já produziu 59.656 baixas. É esse o número de mortos do coronavírus até a noite desta terça-feira.
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