Guedes e Maia divergem sobre a volta da CPMF
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Em matéria de reforma tributária, Paulo Guedes e Rodrigo Maia falam línguas diferentes expressando-se no mesmo idioma. Neste domingo, o ministro da Economia voltou a defender a criação de um imposto sobre transações financeiras digitais. O presidente da Câmara levou o pé à porta: "Até o fim de meu mandato à frente da Câmara dos Deputados, em 1º de fevereiro do ano que vem, não contem com a votação de qualquer imposto disfarçado de CPMF."
Em entrevista à CNN, Guedes minimizou as críticas ao novo tributo: "Todo mundo falava do imposto de transação que é muito ruim, é feio, uma areia do sistema. Mas tem uma base de incidência que traficante de droga não escapa, traficante de arma não escapa. Ninguém escapa. Corruptos não escapam."
Maia, que falou à Globonews e nas redes sociais, não se deu por achado: "É possível fazer mudanças tributárias sem a necessidade de criar novos impostos, e não podemos transferir para os brasileiros mais simples o que é da responsabilidade de cada um que rege um Poder no país."
Guedes não explicou —nem lhe foi perguntado— se já convenceu Jair Bolsonaro da conveniência de propor a versão digital da velha CPMF. No ano passado, o presidente interditou o debate sobre o tributo. Enviou para o olho da rua o secretário da Receita Federal, Marcos Cintra, que se negou a mudar de assunto.
De resto, Guedes esqueceu de mencionar que o novo tributo, além de alcançar traficantes e corruptos, morderia um pedaço do dízimo das igrejas. Marcos Cintra ousou mencionar o dízimo numa entrevista. Bolsonaro obrigou-o na época a se desdizer. A pressão dos evangélicos será a mesma. Resta saber se Bolsonaro mudou.
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