Governo compensa ineficiência com publicidade
Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail
O governo quer melhorar sua imagem —dentro e fora do país. Cogita turbinar as verbas publicitárias. A Secretaria de Comunicação pede um tônico de R$ 325 milhões, cifra bem superior aos R$ 138,1 milhões previstos no orçamento de 2020.
Grande ideia! Se os sábios da marquetagem tiverem verbas gigantescas e fizerem uma campanha criativa chamando inépcia de eficiência, muita gente vai acabar acreditando, embora o resultado continue sendo a ineficácia.
Até a pandemia foi evocada como pretexto para a liberação da verba extra. Alega-se que é preciso cumprir a "missão de promover a comunicação do governo com a sociedade e ampliar o acesso às informações de interesse público."
A atuação do Ministério da Saúde na crise do coronavírus chegou a ser aprovada por mais de 70% dos brasileiros. Ruiu porque Bolsonaro livrou-se de dois ministros médicos, promovendo na pasta algo muito parecido com uma intervenção militar.
Dias atrás, em reunião virtual da cúpula do Mercosul, Bolsonaro declarou que o Brasil agirá para reverter "opiniões distorcidas" que arranharam no exterior a imagem do Brasil na área ambiental.
Nesse setor, a imagem do país já foi muito ruim. Ficou bem pior depois que o ministro antiambiental Ricardo Salles instou o governo a aproveitar a pandemia para "passar a boiada" por cima dos regulamentos fiscalizatórios.
Segundo Bolsonaro, o governo mostrará que protege a floresta Amazônica e zela pelo bem-estar das populações indígenas. Longe do gogó, crescem índices de desmatamento e as aldeias são invadidas por garimpeiros e pelo vírus.
Os administradores dos tambores do governo ainda não notaram. Mas o único lugar onde a imagem vem antes do trabalho é no dicionário. Na conjuntura atual, governo que torra verba pública para trombetear o irrealizado comporta-se como uma galinha que cacareja antes de botar os ovos.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.