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Josias de Souza

Bolsonaro não notou, mas terá que demitir Salles

Marcello Casal Jr. / Agência Brasil
Imagem: Marcello Casal Jr. / Agência Brasil

Colunista do UOL

08/07/2020 05h28

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A Esplanada dos Ministérios virou uma espécie de centro terapêutico para tratar as neuroses do presidente da República.

Na Saúde, a aversão de Bolsonaro à ciência sustenta a interinidade do general Eduardo Pazuello. Assombro!

Na Educação, o transtorno ideológico leva o presidente a cogitar a nomeação do major Vitor Hugo depois da carbonização de dois ex-quase-futuros ministros. Pasmo!!

Carlos Decotelli queimou-se na gordura do próprio currículo. Renato Feder pulou da frigideira, já bem passado, após três dias de fogo alto nas redes sociais.

No momento, a Educação virou um mico disputado por ideólogos sem ideias, evangélicos sem pudor e um centrão sem escrúpulos.

No Meio Ambiente, a obsessão antiambiental de Bolsonaro faz do Brasil um país louco o bastante para rasgar dinheiro. Estupefação!!!

Na semana passada, representantes dos maiores fundos de investimento do mundo enviaram às embaixadas brasileiras uma carta com aparência de bala perdida.

Nesta semana, grandes empresários brasileiros endereçaram ao vice-presidente Hamilton Mourão uma correspondência com jeitão de morteiro.

Nas duas cartas —a dos fundos estrangeiros e a dos empresários nacionais— pede-se a mesma coisa: proteção à floresta amazônica e aos índios.

Vem aí um decreto proibindo queimadas por 120 dias. Mas isso é pouco para evitar a fuga de investimentos.

Bolsonaro ainda não percebeu. Mas logo terá de exonerar Ricardo Salles e as boiadas que o ministro usa para esmigalhar regras ambientais.

Sob Bolsonaro, os ministros já não são nomeados. Eles são internados. Não são exonerados. Eles recebem alta.