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Josias de Souza

PF refaz trilha da verba da cueca desde Brasília

21 set. 2020 - Senador Chico Rodrigues (DEM-RR) - Marcos Oliveira/Brazilian Senate Press Office/AFP
21 set. 2020 - Senador Chico Rodrigues (DEM-RR) Imagem: Marcos Oliveira/Brazilian Senate Press Office/AFP

Colunista do UOL

18/10/2020 03h42

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Estrelada por Chico Rodrigues, o senador da cueca endinheirada, a operação Desvid-19 tem um pé em Roraima e outro em Brasília. No estado, a Polícia Federal farejou desvios de R$ 20 milhões na aplicação de verbas federais que financiariam o combate à Covid-19. Na capital da República, apura-se a forma como o dinheiro foi liberado.

Os repasses estão escorados nas chamadas emendas parlamentares. Trata-se de uma ferramenta que deputados e senadores utilizam para destinar nacos do Orçamento da União aos seus berços eleitorais. Apanhado com R$ 33 mil depositados nos arredores das ancas, o senador Chico Rodrigues (DEM-RR) é um ás das emendas.

Amigo de duas décadas de Jair Bolsonaro, com quem mantinha o que o presidente chamou de "união estável", Chico tinha acesso privilegiado ao governo. Era vice-líder do governo no Senado. Correligionário de Davi Alcolumbre (DEM-AP), presidente do Senado, Chico integrava até a semana passada uma comissão do Congresso responsável por fiscalizar a alocação da verba destinada ao combate à pandemia.

Ex-bolsonarista, o senador Major Olímpio (SP), líder do PSL no Senado, frequenta a conjuntura há três meses com os lábios grudados no trombone. "O governo me ofereceu R$ 30 milhões em emendas", ele diz. "Dinheiro da covid-19." Caberia ao parlamentar indicar onde a verba seria aplicada. Olímpio refugou a oferta. Outros aceitaram. É contra esse pano de fundo que a operação Desvid-19 se move.