Bolsonaro tenta a sorte como candidato a deus
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Getúlio Vargas costumava dizer que política é esperar o cavalo passar. Nessa fórmula, a sorte acontece quando a espera é premiada com a chegada de um alazão. Político atípico, Bolsonaro decidiu cavalgar dois pangarés, um em São Paulo e outro no Rio de Janeiro.
A duas semanas da eleição, o presidente tornou explícito seu apoio a Celso Russomano e Marcelo Crivella, ambos do Republicanos. São gestos de aparência inexplicável. Para explicar, é preciso perceber que Bolsonaro não está preocupado com Russomanno ou Crivella.
Bolsonaro pensa primeiro nele. Depois, novamente nele. Se Russomanno e Crivella perderem, dirá que tem Messias no nome, mas não faz milagre. Se um ou outro for ao segundo turno, a vitória terá sido dele. Caso ocorra algum milagre, Bolsonaro se autoproclamará deus, vangloriando-se do poder de ressuscitar mortos.
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