Proibir empresas de comprar vacina é uma tolice
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Coisas boas também sucedem no Brasil. Grandes empresas querem comprar vacinas anti-Covid. Além de imunizar funcionários e familiares, desejam doar milhares de doses para o programa de vacinação do SUS. Infelizmente, coisas ruins também continuam acontecendo. O governo cria dificuldades. Alega que cabe ao Estado prover as vacinas. Estatizou-se a crueldade.
"Se houver demanda, vamos comprar", dizia há um mês e meio o general Eduardo Pazuello sobre a vacina CoronaVac. Na semana passada, soterrado por uma demanda que não consegue suprir, o suposto ministro da Saúde declarou que o Brasil receberá "uma avalanche" de ofertas de vacinas de diferentes laboratórios.
Se a reincidência de Pazuello no autoengano serve para alguma coisa é para demonstrar que a distinção entre realidade e fantasia desaparece numa cabeça que se desliga dos fatos. Entre uma barbaridade e outra, os sábios do governo informaram à fina flor do PIB sobre a proibição da compra direta de vacinas. Deu-se numa videoconferência, no último dia 13 de janeiro.
Falaram pelo governo os ministros Braga Netto (Casa Civil) e Fábio Faria (Comunicações), além do secretário-executivo da pasta da Saúde, Élcio Franco. Pelas empresas, representantes de logomarcas como Gerdau, Vivo, Gol, Drogasil, Localiza, Google, Guararapes, Embraer, Cyrela... Número 2 de Pazuello, Franco declarou durante a conversa que o Brasil poderia até exportar vacinas "em poucos meses".
Poucas coisas são tão bem distribuídas do mundo quanto a tolice. O problema é que, durante uma pandemia, a tolice pode ser letal. Uma morte já seria uma tragédia. Mais de 215 mil cadáveres, uma estatística. Até outro dia, morria-se de Covid. Hoje, morre-se de falta de vacina.
Várias empresas vacinam funcionários contra a gripe anualmente e ninguém reclama. Asneiras como a proibição da compra de vacinas contra Covid por empresas existem para ser revogadas. Sob pena de o brasileiro acabar concluindo que o país não precisa de um presidente, mas de um médico-legista.
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