Texto baseado no relato de acontecimentos, mas contextualizado a partir do conhecimento do jornalista sobre o tema; pode incluir interpretações do jornalista sobre os fatos.
Surge no Paraguai o nariz do monstro da vacina
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"Desculpe aí, pessoal, mas eu não errei nenhuma vez desde março do ano passado", disse Bolsonaro dias atrás a um grupo de devotos. "E não precisa ser inteligente para entender isso. Tem que ter um mínimo de caráter." Alguma coisa está errada quando o presidente de uma República viral e sem vacinas acha que está sempre certo.
Guiando-se por autocritérios, Bolsonaro avalia que seu penúltimo acerto foi enviar a Israel uma comitiva com a missão de trazer para esta terra de palmeiras e sabiás um spray "milagroso" anticovid. Beleza. Cegos existem em toda parte. Mas Bolsonaro faria um bem a si mesmo se prestasse atenção no barulho que vem do Paraguai.
O asfalto paraguaio ronca por vacinas. Aliado de Bolsonaro, o presidente Mario Abdo Benítez entrega o pescoço dos ministros para salvar o seu. Recompõe a equipe num instante em que as manifestações por imunizantes mostram apenas o nariz daquilo que o presidente Juscelino Kubítschek chamava de "o monstro".
O monstro, explicava Juscelino, é difícil de combater porque está em todos os lugares —rente ao meio-fio ou, em tempos virais, na janela batendo panelas. O monstro é a opinião pública. Demora a ferver. Mas, quando ferve, é difícil de deter.
O Paraguai nunca foi visto pelo Brasil como um bom exemplo. Na pandemia, virou um ótimo aviso. Contra o monstro da vacina, a cloroquina ou o spray nasal fazem o mesmo efeito de uma reza ou de um prato de sopa de morcegos da cidade chinesa de Wuhan.
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