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Josias de Souza

ANÁLISE

Texto baseado no relato de acontecimentos, mas contextualizado a partir do conhecimento do jornalista sobre o tema; pode incluir interpretações do jornalista sobre os fatos.

Bolsonaro avalia que chegará à eleição 'tinindo'

Colunista do UOL

11/06/2021 02h05

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Nas conversas que mantém com empresários e parlamentares, Bolsonaro esboça para 2022 um cenário extremamente otimista. Na contramão do que profetizam opositores e críticos, acha que chegará à campanha presidencial como um candidato ultracompetitivo.

Na expressão de um aliado, Bolsonaro irá aos palanques da reeleição "tinindo". Instado a explicar o termo, o apoiador disse que o presidente terá o que levar à vitrine no ano que vem, reunindo condições de fazer uma campanha "vibrante".

Em privado, Bolsonaro diz acreditar que a sociedade brasileira estará imunizada contra o coronavírus até o final do ano. Ironicamente, sua estratégia eleitoral passa pelas vacinas, não pela cloroquina. Em queda nas pesquisas, o presidente confia que irá reconquistar o eleitor de baixa renda pelo bolso. O auxílio emergencial será renovado enquanto perdurar a pandemia. Na sequência, virá um novo Bolsa Família.

Bolsonaro fala em pagar pelo menos R$ 300 por mês a partir de janeiro de 2022. Hoje, o beneficio médio é de R$ 190. Menciona também a intenção de ampliar a clientela do benefício.

No gogó, o dinheiro do novo programa chegaria a algo entre 25 milhões e 27 milhões de lares. Hoje, o Bolsa Família socorre 14,6 milhões de famílias. Pretende-se rebatizar o programa, para eliminar o aroma petista.

No cenário desenhado por Bolsonaro, a CPI da Covid será, em outubro de 2022, apenas um traço esmaecido na memória de uma sociedade vacinada. De resto, Bolsonaro escora seus planos numa previsão econômica de Paulo Guedes e na sua intuição política.

O capitão confia na estimativa do Posto Ipiranga de que o crescimento da economia estará rodando acima de 4% na virada do ano. E diz não ter dúvidas de que a oposição será obrigada a engolir mais uma eleição plebiscitária, sem terceira via. Acha que prevalecerá sobre Lula pintando o adversário de diabo vermelho.

Agora, só falta indicar a origem dos recursos, apagar os mortos da pandemia e combinar com os russos.