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CPI é espinho no pé do presidenciável Pacheco
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Lançado como candidato ao Planalto em evento do PSD, no Rio de Janeiro, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, entra na corrida presidencial com um espinho no pé. Terá de providenciar uma boa explicação para justificar as manobras que patrocinou contra a CPI da Covid e as críticas que fez à investigação parlamentar que rendeu o indiciamento de Bolsonaro em nove crimes.
Advogado, Pacheco afrontou a Constituição ao engavetar o requerimento que pedia a instalação da CPI. "Eu considero que a Comissão Parlamentar de Inquérito é algo que pode atrapalhar esse momento da busca de soluções do enfrentamento da pandemia", disse o senador em março. No mês seguinte, o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, ordenou que Pacheco abrisse a gaveta.
Confirmada pelo plenário do Supremo por 10 votos a 1, a decisão de Barroso levou Pacheco a fazer por pressão o que não fizera por opção. Mesmo depois da ordem judicial, o chefe do Senado afirmou que a investigação parlamentar seria "um ponto fora da curva". Avaliou que a CPI poderia se converter no "coroamento do insucesso nacional no enfrentamento da pandemia."
Deu-se o oposto. Além de levar à vitrine o negacionismo de Bolsonaro e as medidas anticientíficas do seu governo, a CPI iluminou a picaretagem do mercado paralelo de vacinas, forçando o governo a apressar a aquisição dos imunizantes que chegaram com atraso ao braço dos brasileiros.
Ironicamente, o presidente do Senado declarou que as sessões da CPI poderiam antecipar a disputa eleitoral de 2022, servindo de "palanque político" para potenciais candidatos. Neste sábado (23), três dias antes da aprovação do relatório em que a CPI relaciona os crimes atribuídos a Bolsonaro, o próprio Pacheco foi "convocado" a escalar o palanque pelo presidente do PSD, Gilberto Kassab.
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