Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Bolsonaro levanta bola para Lula cortar nos EUA
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Uma democracia que produz Donald Trump é um regime doente. Mas os Estados Unidos continuam cultivando a presunção de que sua missão especial na Terra inclui um destino evangelizador. Estalando de superioridade moral, o presidente americano Joe Biden realiza na quinta e sexta-feira, dias 9 e 10, uma cúpula da democracia. A lista de convidados inclui gente com pouco apreço pelo jogo democrático. Por exemplo: o congolês Félix Tshisekedi, o polonês Mateusz Morawiecki e o brasileiro Jair Bolsonaro.
O encontro será virtual. Bolsonaro dará as caras num vídeo de três minutos. Instado a assumir compromissos por escrito, mandou preparar um documento à sua imagem e semelhança. Revela uma boa notícia. O índice de empulhação do capitão não aumentou. Continua nos mesmos 100%.
O texto anota que a mídia tradicional difunde desinformação no Brasil. E acusa as plataformas eletrônicas de censurar conservadores e governistas. Bolsonaro, como se sabe, defende o direito à liberdade de expressão mesmo para quem não sabe se exprimir sem propagar ódio e mentiras.
O capitão impõe novo vexame internacional ao Brasil num instante em que Lula prepara uma viagem aos Estados Unidos no início de 2022. É como se Bolsonaro reivindicasse uma vaga de levantador no time do adversário. Especializou-se em levantar as bolas que Lula corta.
Para repetir o êxito de sua recente incursão pela Europa, o pajé do PT só precisará fazer três coisas nos Estados Unidos: 1) agendar encontros com os desafetos de Bolsonaro; 2) dizer o oposto de tudo o que o rival declarou; e 3) abster-se de elogiar em entrevistas as ditaduras da Nicarágua e de Cuba.
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