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Embate entre Gilmar e Deltan precisa ser levado às últimas consequências
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A troca de farpas entre Gilmar Mendes e Deltan Dallagnol é uma dessas brigas que todo brasileiro deveria torcer para ser levada às últimas consequências. O ministro do Supremo e o ex-procurador acusam-se mutuamente de utilização dos cargos para propósitos políticos.
As mensagens da Vaza Jato revelaram que o então juiz Sergio Moro ultrapassou a fronteira que deveria separar o magistrado do investigador. Adotou com o então procurador Deltan um timbre de superioridade hierárquica, imiscuindo-se no trabalho da Procuradoria.
Ao trocar a magistratura pelo cargo de ministro de Bolsonaro, Moro infectou suas decisões com o vírus da política. E forneceu o material para a anulação de sentenças.
Ao comandar a lavagem da ficha de Lula, Gilmar chamou a Lava Jato de "maior escândalo judicial da nossa história". Muitos dos brasileiros que têm vontade de concordar com o ministro avaliam que ele pode ser parte do problema, não da solução.
Uma visita rápida ao Google é suficiente para assistir a vídeos em que Gilmar conversa com encrencados com a lei —um governador que acabara de sofrer uma batida de busca e apreensão, um senador réu em ações penais por corrupção...
Sob Michel Temer, Gilmar fazia refeições amiúde com investigados. No comando do TSE na época do julgamento da chapa Dilma-Temer, Gilmar presidiu aquilo que o então relator Hermann Benjamin chamou de "enterro de provas vivas".
O melhor lugar para que Deltan e Gilmar eliminem suas diferenças talvez seja mesmo a arena política.
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