Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Olavo morre em meio ao funeral do bolsonavismo
Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail
Olavo de Carvalho morreu doente e deprimido. O guru da Virgínia feneceu no instante em que assistia ao funeral do bolsolavismo, fenômeno que nascera da cruza de sua fuligem ideológica com a inanição mental da família Bolsonaro. De estrelas da Esplanada, os apadrinhados do guru do bolsonarismo tornaram-se críticos do governo. O próprio Olavo passou a chamar o presidente de "bunda mole". Há três meses, de passagem pelo Brasil, anteviu a derrota de Bolsonaro para Lula em conversa com um admirador que o visitou no hospital.
Sob influência dos filhos Carlos e Eduardo, Bolsonaro deixou-se influenciar por Olavo de Carvalho. O influenciador enxergava a cabeça do presidente como uma espécie de terreno baldio no qual podia atirar toda sorte de impurezas ideológicas. Convenceu Bolsonaro de que ele poderia liderar a partir do Planalto uma revolução capaz de deter a aliança que "liberais globalistas" e "marxistas" firmaram para dominar o planeta.
Num país sério, a pregação de Olavo de Carvalho seria apenas uma piada. No Brasil de Bolsonaro, tornou-se filosofia de governo. De repente, um ex-astrólogo que se autoproclamou filósofo virou ideólogo da primeira-família. Enfiou ex-alunos dos cursos que ministrava na internet no segundo e no primeiro escalão de Brasília. Colonizou com suas ideias medievais duas partas: Ministério da Educação e Itamaraty. Hoje, os olavistas como Abraham Weintraub e Ernesto Araújo sobem no alto dos escombros que produziram para espinafrar a rendição do governo ao centrão.
A morte de Olavo de Carvalho cai sobre a crise de relacionamento que separa Bolsonaro dos ex-aliados fiéis como uma lápide do bolsolavismo. O Bolsonaro antissistema deu lugar a um presidente sistêmico, conduzido pelos caciques do centrão.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.