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Manobra de Doria aprofundou o abismo tucano
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A manobra executada por João Doria para constranger os tucanos que tramam substituir a sua candidatura presidencial pela de Eduardo Leite aprofundou o abismo em que se encontra o PSDB. Doria arrancou uma carta do presidente do partido, Bruno Araújo, reafirmando o resultado das prévias tucanas. Mas o vaivém do candidato impulsionou a dissidência que trama substituir Doria por Leite, derrotado nas primárias. Deseja-se colocar em pé a chapa Eduardo Leite-Simone Tebet, não necessariamente nessa ordem. O arranjo transita no eixo PSDB-MDB-União Brasil.
"Agora estou tranquilo", disse João Doria depois de intranquilizar rivais e aliados tucanos com a ameaça de permanecer no Palácio dos Bandeirantes, renunciando à candidatura ao Planalto. Após desistir da desistência, Doria tentou justificar a manobra. Alegou que sentiu "a necessidade de ter um apoio explícito" do PSDB.
Em público, Doria distribuiu sorrisos amarelos e disse ter enxergado na carta de Bruno Araújo o apoio "incontestável" de que precisava para trocar o governo paulista pelo palanque. Longe dos refletores, o governador continuou reclamando de correligionários como Aécio Neves e Tasso Jereissati. Avalia que deu uma lição nos traidores. Engano.
Antes de escrever a carta de apoio a Doria, Bruno Araújo disparou alguns telefonemas. Conversou, por exemplo, com Leite e Aécio. O texto serviu para tirar Doria do Bandeirantes, no pressuposto de que a conjuntura se encarregará de expurgá-lo da corrida ao Planalto. Eduardo Leite, o cavalo de Tróia dos tucanos, continua na pista. O problema é que, assim como Doria, o cavalo de Tróia do tucanato galopa dentro da margem de erro das pesquisas. Dispõe, por ora, de 1%.
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