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Josias de Souza

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Terceira via tornou-se um caso para o Procon

Colunista do UOL

05/05/2022 09h35

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O autoproclamado "centro democrático", pseudônimo da terceira via, não conseguiu chegar ao desejado candidato único. Mas revolucionou o provérbio. Provou que, em política, a união faz a farsa. Confirmando o que todos já sabiam, o União Brasil implodiu a terceira via para lançar seu próprio presidente, Luciano Bivar, como postulante ao Planalto.

Bivar se explicou num vídeo. Disse que MDB e PSDB "não tiveram a mesma unidade" que seu partido. Sustenta ter optado por uma "chapa pura", para "sermos eleitos presidente desse país." O caso não é de hospício, mas de Procon. É mais um flagrante de propaganda enganosa.

A unidade do União Brasil é ficção. Um pedaço da sigla preferia Sergio Moro. Outra ala quer ser liberada para aderir a Bolsonaro, Lula e até Ciro, o que atrapalhar menos em cada estado. Bivar dificilmente se reelegeria deputado por Pernambuco. Exposto na vitrine nacional, ganha uma aparência de McBivar, um presidenciável sem picanha. Ou sem votos.

Numa grande empresa, Bivar seria enxotado pelos acionistas. No União Brasil, não corre riscos. Embora não contenha um mísero miligrama de interesse público, sua candidatura é 100% financiada pelo contribuinte. O União Brasil gerencia a maior caixa registradora de 2022. A soma dos fundos partidário e eleitoral roça a casa do bilhão: R$ 956 milhões.

Com a implosão da terceira via, McDoria e McTebet continuarão fazendo pose de presidenciáveis. A dupla tem mais consistência do que Bivar. Mas João Doria e Simone Tebet padecem da mesma carência de votos. Ou reagem nas pesquisas ou PSDB e MDB tendem a transformá-los em suco. Um suco que Lula e Bolsonaro beberão de canudinho.