'Vamos cumprir as leis', diz chefe da Aeronáutica

O comandante Aeronáutica, brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Júnior, convidou os jornalistas para um café da manhã. Serviu informações sobre os projetos estratégicos de defesa da Força Aérea Brasileira. Lero vai, lero vem perguntaram ao brigadeiro sobre o papel que as Forças Armadas e a Força Aérea Brasileira desempenharão em outubro se as urnas não sorrirem para Bolsonaro. E ele: "A FAB é legalista, vamos cumprir as leis".
Indagou-se também ao brigadeiro se confia nas urnas eletrônicas. Ele achou melhor se esconder atrás da abstenção: "Vou me abster de falar sobre política". No último mês de janeiro, em entrevista à Folha, Carlos Baptista havia sido questionado sobre o que fariam os militares caso Lula fosse eleito. Disse o seguinte na ocasião: "Nós prestaremos continência a qualquer comandante supremo das Forças Armadas, sempre". O comentário não soou bem aos tímpanos de Bolsonaro. Daí o receio de arriscar um comentário sobre o sistema eleitoral eletrônico.
A esse ponto chegou a democracia brasileira. O presidente da República joga as "minhas Forças Armadas" contra a Justiça Eleitoral, afirma que o povo armado será força auxiliar dos militares na defesa das liberdades e anuncia que pode haver "confusão" na eleição. Um comandante militar é compelido a dizer o óbvio —"Vamos cumprir as leis"— e sua manifestação desce ao noticiário como se fosse um barbitúrico. A democracia brasileira adoeceu.
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