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Bolsonaro propôs a Biden conversão do Brasil numa grande Mãe Joana's House
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Já se sabia que Bolsonaro passaria vexame nos Estados Unidos. O que não se imaginava é que a vergonha pessoal incluiria um inédito fator de humilhação para o Brasil. Ao retratar Lula como um perigo para os interesses americanos, pedindo ajuda a Biden para bater a carteira da vontade popular na eleição de outubro, Bolsonaro levou a soberania nacional para o mesmo brejo em que se encontra o seu desespero. Na prática, sugeriu a Biden a conversão do Brasil numa grande Mãe Joana's House.
O pedido de socorro de Bolsonaro foi feito na parte reservada da conversa que manteve com Biden à margem da Cúpula das Américas. O Planalto e a Casa Branca se abstiveram de comentar a revelação feita pela agência americana Bloomberg e confirmada pelo colunista do UOL Jamil Chade. Negar é complicado, pois houve testemunhas. Emendar é temerário, pois a emenda pode piorar o soneto.
Quem testemunhou o descalabro informa que Biden realçou a importância de manter íntegro o processo eleitoral brasileiro. Diante do lero-lero tóxico de Bolsonaro, o chefe da Casa Branca mudou de assunto. Ficaram uma certeza e uma dúvida. Está claro que o pânico da derrota corrói os miolos de Bolsonaro. Não se sabe como seria a intervenção americana. Biden enviaria fuzileiros? Washington avalizaria um golpe em Brasília? As fronteiras do delírio são insondáveis.
Bolsonaro tem saudades de 1964. Mas a cumplicidade do governo dos Estados Unidos com o golpe militar foi interrompida há 45 anos, em 1977, quando Jimmy Carter assumiu a Casa Branca. Sabe-se agora que parte das Forças Armadas se dispõe a fazer biscates golpistas. Mas ainda que houvesse interesse de Washington —e não há—, faltaria material para transformar o Brasil nesta Casa da Mãe Joana hipertrofiada que Bolsonaro enxerga nos seus pesadelos.
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