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Bolsonaro ainda prefere Braga Netto a Tereza Cristina para posição de vice
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A exemplo do sapo de Guimarães Rosa, Bolsonaro não pula de uma posição política para outra por boniteza, mas por precisão. O presidente continua preferindo Walter Braga Netto para o posto de vice na sua chapa. Foi por absoluta necessidade que recolocou a carta da ex-ministra Tereza Cristina no baralho. Classificou-a como um "nome excepcional", levando Braga Netto a um inesperado banho-maria.
Seguindo a sinalização de Bolsonaro, Braga Netto deixou a poltrona de ministro da Defesa no início de abril, como exige a legislação para quem deseja ser candidato. Filiou-se ao PL, o partido do chefe. Foi alojado por Bolsonaro numa assessoria do Planalto. Passou a exibir-se em viagens com o presidente. Equipava-se para deixar o cargo no final deste mês.
Bolsonaro já havia declarado sob holofotes que a efetivação de Braga Netto como Número 2 da chapa estava 90% acertada. Deve-se a diferença de 10% à pressão dos caciques do centrão.
Indagado sobre a reabertura do debate, um expoente do centrão admitiu que Bolsonaro ainda pende para o general nas conversas reservadas. Mas já se mostra receptivo à argumentação segundo a qual, em política, para cada jeito de fazer há pelo menos mil desculpas para não fazer.
Os motivos para não fazer de Braga Netto o vice, trocando-o por Tereza Cristina, saltam das pesquisas encomendadas pelo comitê da reeleição. Elas coincidem com as sondagens públicas. Apontam uma alta rejeição de Bolsonaro, uma aversão notável do eleitorado feminino e uma dificuldade de encurtar a distância que separa o presidente de Lula, seu principal rival.
Bolsonaro já comparou o vice a um cunhado: "Você casa e tem que aturar, não pode mandar embora." Disse também o seguinte: "Tenho que ter um vice que não tenha ambições de assumir a minha cadeira ao longo de um mandato."
Se na batida do martelo a opção civil prevalecer sobre o general, o pulo será do tamanho da fragilidade exposta nas pesquisas.
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