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Bolsonaro submete militares a papel de vira-latas
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O penúltimo movimento executado no Tribunal Superior Eleitoral pelo general Paulo Sérgio Nogueira, ministro da Defesa, revela que as Forças Armadas não se negam ao ridículo voluntário para ajudar Bolsonaro a avacalhar o sistema eleitoral. Assumindo oficialmente a condição de boneco de um ventríloquo golpista, o general requisitou por escrito ao TSE, em caráter "urgentíssimo", acesso os códigos-fonte das urnas eletrônicas. Algo que estava disponível há dez meses, desde 4 de outubro de 2021.
Com a rapidez de um raio, o TSE autorizou a pasta da Defesa a realizar a pretendida inspeção nesta quarta-feira, no intervalo entre 10h e 18h. Sete entidades já haviam formalizado a mesma requisição. Quatro já realizaram a análise dos dados: Controladoria-Geral da União, Ministério Público Federal, Universidade Federal do Rio Grande do Sul e Senado Federal.
Mal comparando, a submissão do Ministério da Defesa à obsessão de Bolsonaro deixa as Forças Armadas numa posição parecida com a dos vira-latas que costumavam perseguir automóveis nas ruas, latindo como se quisessem castigar estraçalhar um intruso. Quem assistia às perseguições ficava imaginando o que fariam os cães se alcançassem os carros. Mastigariam os pneus? Comeriam os para-choques?
Bolsonaro não tem nenhuma dúvida. Seu propósito é o de desqualificar as urnas para questionar o resultado de uma eventual derrota. O diabo é que a urna eletrônica, que funciona sem fraudes há 26 anos, não se parece com um fusca indefeso. Autorizados a acessar os códigos-fonte, os militares precisam decidir até onde estão dispostos a levar sua autodesmoralização. O papel de vira-latas a serviço de um presidente que rosna a esmo para a democracia não é aceitável.
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