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Metidos na política, Batman e Robin da Lava Jato vivem rotina de Coringa
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O destino concedeu um último privilégio aos protagonistas da falecida Lava Jato. Permitiu a Sergio Moro e Deltan Dallagnol que escolhessem seu próprio caminho para o inferno. Ao optar pela política, a dupla subestimou a capacidade de reação dos seus antigos alvos. Mastigam o pão que o Tinhoso amassou. É como se Batman e Robin passassem a viver uma rotina de Coringa.
Num processo relatado pelo ministro Bruno Dantas, afilhado político de Renan Calheiros, a Segunda Câmara do Tribunal de Contas da União condenou Deltan a ressarcir gastos considerados "exorbitantes" com diárias e passagens de membros da força-tarefa de Curitiba. Coisa de R$ 2,8 milhões, cuja devolução Deltan dividirá com o ex-PGR Rodrigo Janot e o ex-chefe do MPF paranaense João Vicente Romão, também condenados.
Mantida a condenação, a candidatura de Deltan a deputado cairia no alçapão da Lei da Ficha Limpa. Moro teve menos azar. Foi moído por Bolsonaro, recebeu do Supremo a medalha de juiz suspeito, caiu do pedestal de presidenciável para uma candidatura ao Legislativo, foi acusado de mutretar a troca de domicílio para São Paulo... Mas conserva intacto o direito de disputar a vaga de senador pelo Paraná.
Deltan se diz perseguido e sustenta que continua elegível, pois ainda pode recorrer. Há matéria-prima para o recurso. A área técnica do TCU havia opinado pela improcedência das acusações. A defesa do ex-procurador alega que ele "não era ordenador" e nem "beneficiário" das diárias e passagens tachadas de exorbitantes.
Seja qual for o desfecho do caso, nada livra Moro e Deltan do papel de atores impotentes de um teatro confuso, em que os protagonistas são ex-vilões, os super-heróis brincam na lama depois do banho, e o epílogo é a volta à anormalidade de uma rotina em que a imoralidade é o normal. Esse tipo de enredo não tem final feliz.
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