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Bolsonaro leva o 7 de Setembro para a praia
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Bolsonaro não se considera um teimoso. Teimosos, na opinião do presidente, são os que teimam com ele. Dizia-se que o capitão poderia desistir da ideia de transformar o Bicentenário da Independência do Brasil num evento eleitoral. Era conversa mole. O presidente bateu o pé.
Menos de 24 horas depois de ter testemunhado o discurso em que o novo presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Alexandre de Moraes, prometeu ser "implacável" com atos antidemocráticos e ataques ao sistema eleitoral, Bolsonaro consolidou o plano de transferir o ato cívico de 7 de Setembro no Rio de Janeiro para a orla de Copacabana.
Os comandantes militares haviam torcido o nariz para a ordem do presidente. Resistiam à ideia de levar as celebrações do Dia da Pátria do centro do Rio para a praia. Alegavam problemas de logística.
O prefeito do Rio, Eduardo Paes, assegurava que a tradição seria mantida. Sustentava que a parada militar, como de praxe, ocorreria na Avenida Presidente Vargas, na região central. De repente, consolidou-se a reviravolta.
Por ordem de Bolsonaro, o comandante militar do Leste, general André Novaes, informou nesta quarta-feira ao prefeito do Rio que foi cancelado o desfile militar da Presidente Vargas. Como desejava Bolsonaro, os militares se exibirão em Copacabana na tarde do feriado nacional.
Alega-se que não haverá desfile na orla. Na versão de Eduardo Paes, o Exército exibirá soldados e veículos militares "em um pequeno trecho na Avenida Atlântica, próximo ao Forte de Copacabana, sem arquibancada ou desfile."
Navios de guerra da Marinha serão avistados pelo público desde as areias. A Esquadrilha da Fumaça da FAB fará acrobacias sobre as cabeças do bolsonarismo, convocado nas redes sociais para ouvir um pronunciamento de Bolsonaro.
Como queria o presidente, aquilo que ele chama de "minhas Forças Armadas Armadas" estão na bica de se tornar enfeite de mais um ato político-eleitoral. No ano passado, na mesma data, Bolsonaro discursou na Esplanada e na Avenida Paulista. Suas palavras mais venenosas soaram em São Paulo.
Bolsonaro questionou a segurança das urnas. Criticou ministros do Supremo Tribunal Federal e do Tribunal Superior Eleitoral. "Quero dizer àqueles que querem me tornar inelegível em Brasília: só Deus me tira de lá. Chamou Alexandre de Moraes de "canalha". Emendou: "Aviso aos canalhas: não serei preso." Mais: "Ou esse ministro se enquadra ou pede para sair".
Se repetir o timbre ácido, Bolsonaro como que intimará Moraes a exibir o prometido rigor.
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