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Campanha de Bolsonaro lida com 3 obstáculos: muralha, pedreira e montanha
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Dias depois de Michelle Bolsonaro ter declarado que o Planalto hoje está "consagrado ao Senhor Jesus", seu marido teve uma semana infernal. Ralou três pesquisas que encostam o sonho da reeleição numa tríade de obstáculos: uma muralha, uma pedreira e uma montanha.
A muralha é representada pelo eleitorado pobre, que resiste por ora em ceder votos a Bolsonaro a despeito do início do pagamento do Auxílio Brasil turbinado. A pedreira se insinua na resistência de Lula que, apesar do bombardeio, conserva o patrimônio de metade dos votos válidos. A montanha é a rejeição a Bolsonaro, que continua rodando acima dos 50%.
No Datafolha, a vantagem de Lula sobre Bolsonaro é de 15 pontos. No Ipec e na Quaest, 12 pontos. Numa conta que inclui apenas os votos válidos, Datafolha e Quaest atribuem a Lula 51% dos votos válidos. O Ipec, 52%. Ou seja: a vitória de Lula no primeiro turno continua sendo uma possibilidade estatística, na margem de erro das três pesquisas. A disputa em dois rounds ainda é o mais provável.
Bolsonaro cresce, só que em ritmo de conta-gotas. Estacionado entre os mais pobres, o capitão cresceu sete no pedaço do eleitorado que ganha de 2 a 5 mínimos. Bolsonaro cresceu seis pontos entre os evangélicos. Mas a inanição da terceira via o obriga a roubar votos de Lula.
Os magos do comitê da reeleição direcionaram suas bruxarias para o Sudeste, no pressuposto de que Bolsonaro descontaria nos maiores colégios eleitorais do país a surra que leva no Nordeste. Até aqui, deu errado. Segundo o Datafolha, Lula mantém 33 pontos de vantagem sobre o rival entre os Nordestinos. E abre uma dianteira de 12 pontos no Sudeste. Contra esse pano de fundo adverso, Bolsonaro e seus operadores irão intensificar a pancadaria sobre o rival, torcendo para os eleitores de Ciro Gomes (7%) não optarem pelo voto útil em Lula.
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