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Com o PIB em alta, Paulo Guedes fala em 'prorrogar o estado de calamidade'
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Se você acompanha o noticiário e não está confuso com o que observa, é porque não está prestando a devida atenção. No momento, o governo realiza dois movimentos contraditórios. Num, as autoridades batem o bumbo do PIB. O índice que mede a riqueza nacional cresceu 1,2% no segundo trimestre do ano. Boa notícia. Noutro movimento, o Planalto enviou ao Congresso uma proposta de Orçamento para 2023 que transforma Bolsonaro e seus rivais em presidenciáveis sem fundos. Notícia inquietante.
De um lado, a recuperação econômica. Do outro, o reconhecimento da ruína fiscal. A economia cresce impulsionada pelo arrefecimento da pandemia e pelos estímulos eleitorais que borrifaram dinheiro na atmosfera: liberação do saque do FGTS, antecipação do 13º dos aposentados, redução de impostos, queda nos preços de combustíveis e da energia, benefícios sociais engordados.
A proposta de orçamento joga baldes de água fria na efervescência econômica. A sensação de resfriamento escala as manchetes antes que a deflação chegue ao preço dos alimentos.
De acordo com o projeto de Orçamento elaborado pela equipe de Paulo Guedes, o Auxílio Brasil de R$ 600 volta para o patamar de R$ 400 a partir de janeiro. Somem na virada do ano o vale-gás dobrado e o Pix de R$ 1 mil para taxistas e caminhoneiros. Nem sinal da correção da tabela do Imposto de Renda. O salário mínimo ficará sem reajuste real pelo quarto ano consecutivo. O aceno de reajustes superiores a 20% para o funcionalismo cai para 4,85%.
Assim como Bolsonaro, todos os candidatos acenam com a manutenção de benefícios sociais vitaminados no ano que vem. Falta esclarecer de onde virá o dinheiro.
Nesta quinta-feira, horas depois do anúncio da alta do PIB, Paulo Guedes disse coisas entranhas numa entrevista, no Rio de Janeiro. "Se a guerra na Ucrânia continua, prorroga o estado de calamidade e paga os R$ 600", afirmou o ministro da Economia. Acabando a guerra, será necessário aprovar uma reforma tributária, ele acrescentou.
É a primeira vez na história que um ministro defende a reeleição do chefe para que o "estado de calamidade" seja mantido depois da abertura das urnas. De novo: Se você não está confuso, convém prestar mais atenção.
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