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Josias de Souza

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Veto de Moraes a investigações sobre pesquisas revolta Bolsonaro: 'Ditador'

Colunista do UOL

14/10/2022 05h09

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Abriu-se mais um capítulo no histórico de desavenças entre os presidentes da República e do Tribunal Superior Eleitoral. Ao barrar a instauração de inquéritos da Polícia Federal e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica contra institutos de pesquisa, Alexandre de Moraes atiçou os maus bofes de Bolsonaro. Em privado, o capitão chamou o desafeto de "ditador sem limites", o "capa preta das canetadas".

Ironicamente, Moraes insinuou no seu despacho que decidiu agir justamente para frear ímpetos imperiais de Bolsonaro. Nas palavras do ministro, as iniciativas da PF e do Cade "parecem demonstrar a intenção de satisfazer a vontade eleitoral manifestada pelo chefe do Executivo e candidato à reeleição, podendo caracterizar, em tese, desvio de finalidade e abuso de poder por parte de seus subscritores".

Moraes tachou de "medidas açodadas" as providências adotadas com o propósito de investigar institutos de pesquisa. Enxergou "incompetência dos órgãos". Avaliou que houve "flagrante usurpação das funções constitucionais da Justiça Eleitoral". Mandou a Corregedoria-Geral Eleitoral e a Procuradoria-Geral Eleitoral investigarem os investigadores por "eventual prática de abuso de poder político". Citou o "uso de órgãos administrativos com intenção de favorecer determinada candidatura". Mencionou o "crime de abuso de autoridade".

O inquérito da PF, aberto nesta quinta-feira, havia sido determinado pelo ministro da Justiça Anderson Torres, um amigo da família Bolsonaro. A apuração do Cade foi requisitada, também nesta quinta, pelo presidente do órgão, Alexandre Cordeiro, um personagem chamado de "meu menino" por Ciro Nogueira, o chefão bolsonarista da Casa Civil e do centrão. A caça aos institutos de pesquisa foi deflagrada após o primeiro turno. A munição é a divergência observada entre as sondagens eleitorais e o resultado das urnas. A decisão de Moraes impulsionará o tiroteio no Congresso, onde correm pedidos de CPI e projetos para criminalizar as pesquisas.

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