Jesus alardeava: Amai! Apóstolo Valdemiro roga aos fieis: Pagai!
Aos poucos, o fenômeno religioso consolida-se no Brasil como um outro ramo de negócio. Certas igrejas viraram paraísos fiscais a serviço dos seus controladores. Vivem do comércio do único produto que dispensa a formação de estoque e é inauditável: a mediação entre Deus e o ser humano.
O caso do pastor Valdemiro Santiago, exposto em reportagem do UOL Prime, demonstra que a exploração do mercado de massa da fé é uma experiência redentora. O empreendimento dá certo mesmo quando dá errado.
Enquanto a Igreja Mundial do Poder de Deus faz uma excursão pelo inferno da inadimplência em centenas de ações judiciais de cobrança, seu fundador, o autoproclamado apóstolo Valdemiro, vive num Éden privativo onde não há pecado original. Há apenas renda milionária e um patrimônio que vai de mansão a avião.
Valdemiro, como se sabe, é apenas um dente da engrenagem religiosa. Noutros tempos, as lideranças midiáticas do setor contentavem-se em jantar com poderosos. Hoje, querem jantá-los. Já não se contentam em operar como um centrão evangélico. Ambicionam o Planalto.
Nesse negócio, a última coisa que importa é a busca do divino. Jesus Cristo alardeava: Amai! O apóstolo Valdemiro e seus congêneres rogam à congregação: Pagai!
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