Ortega sinaliza para Lula como será Maduro depois de podre
O problema do tipo de liderança continental que Lula imagina exercer é que chega um determinado momento em que o líder não sabe se está sendo seguido ou perseguido. O ditador da Nicarágua Daniel Ortega tornou as coisas mais fáceis para Lula. Ao expulsar o embaixador brasileiro Breno Souza da Costa, obrigou Brasília a devolver para Manágua a embaixadora nicaraguense Fulvia Patricia Castro Matus. Alvíssaras!
Em 2021, a secretaria de relações internacionais do PT saudara a quarta reeleição de Ortega, numa campanha em que o governo prendeu sete pretendentes ao trono, como a vitória de "um projeto político [...] socialmente justo e igualitário." Duas semanas depois, questionado sobre a longevidade da ditadura de Ortega, Lula defendeu a alternância no Poder. Mas realçou que Angela Merkel também deu as cartas por 16 anos na Alemanha.
Noutros tempos, comparar democracia com ditadura era apenas uma esquisitice. Depois do 8 de janeiro, tornou-se um ultraje. Ainda assim, pisando distraído em sua própria história, Lula declarou dias atrás que não via "nada de grave", "anormal" ou "assustador" na Venezuela. Desde então, a fraude da reeleição de Maduro desafia a pretensão do Brasil de mediar uma solução. Seguindo as pegadas do modelo nicaraguense, o ditador venezuelano prende e arrebenta.
O chumbo trocado com Ortega pode ser de grande serventia para o Planalto. No comando de uma ditadura escrachada, o companheiro nicaraguense e seu histórico de violações à democracia e aos direitos humanos sinalizam para Lula como será Maduro depois de podre. A decomposição está em estágio avançado.
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