Pesquisa mostra que segurança é calcanhar de vidro de Tarcísio
Nas pegadas de uma inquietante exposição de casos de violência estrelados por policiais militares de São Paulo, uma pesquisa da Quaest revela que a segurança pública virou um calcanhar de vidro de Tarcísio de Freitas.
Para 53% dos entrevistados, a Polícia Militar passa do limite no uso da força. Concordam com a tese de que os casos de violência policial são isolados 42%. Quase quatro em cada dez entrevistados (37%) reprovam a atuação do governo paulista na segurança. Em abril, esse índice era de 31%.
Nesse contexto, negligenciar os dados seria um erro político primário. Tarcísio já farejou o cheiro de queimado. No gogó, passou a valorizar o uso de câmeras corporais no uniforme dos policiais. Algo que desprezava. Reconheceu que declarações como o "tô nem aí" para a violência policial servem de estímulo à barbárie. Porém...
Porém, Tarcísio insiste em manter no comando da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo o deputado-capitão bolsonarista Guilherme Derrite, que personifica a política do "bandido bom é bandido morto". Uma política que resultou numa polícia que intimida o velório da criança de quatro anos que matou, oferece escolta a quem lava dinheiro do PCC, assassina estudante de medicina desarmado, executa pelas costas um ladrão de sabão, agride senhoras de 63 anos e joga trabalhador do alto da ponte.
A pesquisa Quaest mostrou que, por ora, a aprovação à gestão de Tarcísio permanece alta. A despeito da má avaliação na segurança, o governo paulista é bem avaliado por 61% da população do estado.
Um governador com semelhante índice de avaliação não deveria topar com o óbvio, tropeçar no óbvio e seguir adiante fingindo que o óbvio não é o óbvio. No momento, há duas obviedades nítidas diante de Tarcísio. A primeira é que Derrite não deveria ter sido nomeado. A segunda é que já passou da hora de o governador enviar ao Diário Oficial do estado um ato de exoneração do secretário.
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