Lula cria UTI produtiva, um novo modelo de internação hospitalar
A passagem de políticos por hospitais sempre tem um quê de teatralidade. Mas Lula exagera no espetáculo. Criou a UTI produtiva, um novo e revolucionário modelo de internação hospitalar. Nele, um presidente da República submetido a cuidados intensivos sanciona leis, edita decretos e orienta ministros entre uma cirurgia para drenar um coágulo no cérebro e uma embolização de artéria para tentar evitar novos sangramentos.
Na quarta-feira, ainda com um dreno enfiado na cabeça e preparando-se para o procedimento endovascular do dia seguinte, Lula assinou digitalmente dois atos de governo: a nova lei que cria mercado regulado de carbono e um decreto sobre o Comitê Interministerial para a Transformação Digital. Vale a pena ouvir o ministro Alexandre Padilha, coordenador político do Planalto: "Tudo aquilo que tenha prazo para sanção, ele está assinando".
Lula disparou videochamadas para o vice-presidente Geraldo Alckmin e o chefe da Casa Civil Rui Costa. "Estava superanimado", contou Alckmin. "Sempre muito focado e animado, pedindo atualizações do dia e de como está a pauta do governo no Congresso", testemunhou Rui Costa.
Sempre que um presidente adoece, surgem áulicos para informar que nada de anormal sucedeu com o paciente. No momento seguinte, espalha-se que o problema é "leve". Na sequência, anunciam-se as agendas e reuniões internas. Despachos em Unidade de Terapia Intensiva são coisa nunca antes vista na história desse país.
De repente, o Brasil descobriu que é presidido por um super-homem da terceira idade. Se a espetacularização da passagem de Lula pelo Sírio-Libanês serve para alguma coisa é para demonstrar que Lula, de fato, passa bem.
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