Josias de Souza

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Opinião

No tribunal do ponto de ônibus, supersalário de juiz é um crime

Se tivessem que defender os seus supersalários no ponto de ônibus, os juízes do Brasil seriam xingados de criminosos por trabalhadores que, sem "direitos eventuais", estão condenados ao fim do mês perpétuo. Em dezembro, informa o UOL, pelo menos 41 juízes embolsaram contracheques de mais de R$ 500 mil. Um ministro do TST beliscou R$ 641 mil. Um desembargador de Rondônia, R$ 735 mil.

No intervalo de um ano, noticiou o site Metrópoles dias atrás, apenas os penduricalhos que adornam a folha dos cerca de 18 mil juízes do país custaram ao contribuinte R$ 12 bilhões. Em fevereiro do ano passado, 12 magistrados do Tribunal de Justiça de Rondônia morderam remuneração de mais de R$ 1 milhão.

O governo diz que não acaba com os supersalários porque o Congresso não deixa. O Ministério Público, defensor hipotético dos interesses da sociedade, finge que não é com ele. Faz isso porque procuradores e promotores, com os contracheques também apinhados de penduricalhos, são parte do problema.

O teto salarial no serviço público é de R$ 44 mil. Mas os beneficiários do escárnio alegam que tudo é feito dentro da lei. Alguém precisa ilegalizar a Justiça. O sentimento de invulnerabilidade dos juízes dá ao Judiciário aparência de réu. Aos olhos do tribunal do ponto de ônibus, os magistrados praticam o crime da desigualdade. Estabelecem penas para os outros e privilégios para si mesmos.

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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