Pior vingança do Brasil é manter a calma diante da fúria de Trump
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Lula disse que pagaria na mesma moeda eventuais tarifas impostas por Trump a produtos brasileiros. "Se ele aumentar a taxação do Brasil, nós iremos taxá-los também", declarou. A conjuntura pede mais sofisticação. Responder a Trump dando uma de Trump é como tomar veneno e esperar que o rival morra.
Trump anunciou para esta segunda-feira tarifa de 25% sobre todo o aço e alumínio importado pelos Estados Unidos. No ano passado, o Brasil foi o segundo maior exportador de aço para o mercado americano. No caso do alumínio, foi o 14º fornecedor. A paulada é grande. Merece resposta. O troco precisa ser cirúrgico.
O Brasil tem como diversificar sua resposta. Pode, por exemplo, intensificar relações com parceiros mais confiáveis. Também pode eliminar eventuais benefícios concedidos a produtos americanos. No limite, pode elevar tarifas ou taxar o lucro de multinacionais simpáticas a Trump —as big techs, por exemplo.
Tecnicamente injustificáveis, as tarifas de Trump prejudicam sobretudo empresas e consumidores americanos. Elevam o custo das importações, atiçam a inflação e produzem carestia. Se reagir como Trump, Lula corre o risco de se vingar da insanidade alheia em si mesmo. Ou no bolso dos brasileiros. A pior vingança do Brasil é manter a calma diante da fúria de Trump, um personagem que perde o humor quando percebe que não conseguiu tirar o adversário do eixo.
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