Josias de Souza

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Opinião

Língua de Lula desafia a marquetagem de Sidônio

A gestão de Sidônio Palmeira na Secretaria de Comunicação da Presidência fará aniversário de um mês nesta sexta-feira. Nesse período, o marqueteiro devolveu Lula à boca do palco. Fez o chefe circular. O resultado das primeiras incursões foi espantoso.

Em quatro semanas, Lula culpou consumidores pela carestia —"Se está caro, não compra"—, atribuiu a alta do dólar e dos juros a Roberto Campos Neto —"Ele deixou uma arapuca"— e algemou Fernando Haddad —"Se depender de mim não tem outra medida fiscal".

Como se fosse pouco, atropelou Marina Silva. Chamou de "lenga-lenga" a análise técnica do Ibama sobre a prospecção de petróleo na Foz do Amazonas -"Está parecendo que é um órgão contra o governo"— e deu de ombros para a emergência climática -"Eu quero que seja explorado". Beleza. Mas precisava da grosseria?

O jacaré abre a boca para Lula nas pesquisas. A linha da reprovação do governo sobe. A da aprovação desce. Vai ficando claro que não há uma crise de comunicação, há escassez de material a ser comunicado. Vivo, Cazuza diria que Lula 3 virou um museu de grandes novidades.

Vem aí a primeira campanha publicitária com a grife de Sidônio. Terá viés nacionalista, informa a Folha. O pano de fundo será a celebração dos dois anos de governo. Sidônio confunde campanha institucional com campanha eleitoral. De resto, a língua de Lula desafia a marquetagem. Dedica-se a um tipo inusitado de magia. A cada aparição, tira um gambá novo da cartola.

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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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