Josias de Souza

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Opinião

Propina prevista em contrato, eis a novidade que PF diz ter achado

Os escândalos tornam-se mais escandalosos quando o país se habitua a eles. No caso das emendas parlamentares, o problema não é apenas a falta de luz. A questão é que a impunidade leva ao acúmulo de pus no fim do túnel. Desvio vai, desvio vem, ganhou o noticiário um caso inusitado.

Envolve a suspeita de cobrança de propina de 6% sobre verbas do Ministério da Saúde enviadas para um hospital da cidade gaúcha de Santa Cruz do Sul. Segundo a Polícia Federal, o desvio está previsto em contrato. Nessa versão, os investigados esqueceram de maneirar.

Entre os suspeitos está Lino Rogério Furtado, assessor do deputado Afonso Motta, do PDT, que diz desconhecer os malfeitos. Por ordem do ministro do Supremo Flávio Dino, Lino Furtado foi afastado do cargo, teve a conta bancária parcialmente bloqueada e recebeu a visita dos rapazes da PF nesta quinta-feira.

No total, realizaram-se 11 batidas policiais. Os mandados de busca e apreensão foram expedidos por Flávio Dino depois que a PF colecionou indícios de um rateio de verbas que inclui um lobista e funcionários do hospital.

O novo escândalo chega às manchetes duas semanas antes de uma audiência de conciliação entre Executivo e Legislativo para tratar da transparência dos gastos. Foi convocada por Dino para 27 de fevereiro.

No ano passado, num encontro que teve o mesmo objetivo, Dino advertiu que os "armários" do Supremo estão "cheios de investigações contra parlamentares". Há duas dezenas de inquéritos. O excesso de tempestades recomenda que seja interrompida a bonança da impunidade.

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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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