Lula revelou-se tradutor precário do pensamento de Marina Silva
Segundo Lula, Marina Silva, por "inteligente", "jamais será contra" a prospecção de petróleo na Foz do Amazonas. Nessa versão, a ministra do Meio Ambiente não desejaria evitar que fosse feito, mas definir "como fazer". Lula deveria chamar Marina para uma conversa. A subordinada pensa o oposto do que supõe o chefe.
O pensamento de Marina sobre a exploração petrolífera ficou clara como água de bica durante a COP29, no ano passado. Aconteceu há apenas três meses. Anfitrião do encontro, o presidente do Azerbaijão, Ilham Aliev, disse que o petróleo é "um presente de Deus", que precisa ser oferecido ao mercado, porque "o mercado precisa dele".
Marina respondeu que Deus "sempre pede que sejamos bastante comedidos em relação aos presentes que Ele nos dá". Comparou petróleo com açúcar. "Se comermos demais, com certeza ficaremos diabéticos."
A julgar pela decisão que tomou em relação ao óleo disponível na Margem Equatorial, Lula não cogita renunciar ao doce apelo econômico do petróleo. Mesmo que Marina, preocupada com as ondas de calor, queimadas, secas, dilúvios, considere a ambição incompatível com a retórica climática do Brasil, que sediará em novembro a COP30.
Opinião
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